Este eixo aborda a necessidade de ampliar o olhar das Conferências Regionais de Educação Superior para as múltiplas diversidades que compõem as sociedades latino-americanas e caribenhas e que exigem não apenas reconhecimento, mas medidas e políticas de equidade. Um dos desafios do eixo é analisar as condições necessárias para garantir uma educação inclusiva e de qualidade a todos os indivíduos, independentemente da sua condição socioeconômica e de suas características étnicas, religiosas ou culturais, de gênero, saúde, orientação sexual, PCD, entre outros fatores. 

Com base nesta análise, devem ser propostas estratégias concretas para tornar visível e promover o direito à Educação Superior das pessoas historicamente excluídas, com atenção redobrada ao impacto das desigualdades interseccionais. Algumas propostas giram em torno da formação de professores para a inclusão, estratégias de acessibilidade, como adaptações razoáveis; e medidas de acesso e permanência destinadas a estudantes de grupos vulneráveis. A compreensão da diversidade é expandida para incluir diversos estilos de aprendizagem e as correspondentes pedagogias e metodologias que melhor lhes atendem. Nesse sentido, enfatiza-se a necessidade de desestigmatizar a condição de deficiência e abordá-la como parte da diversidade e da condição humana. 

Considerando, ainda, as persistentes desigualdades de gênero na Educação Superior na América Latina e Caribe, são abordadas as questões do teto de vidro e do efeito tesoura, assim como se propõe uma compreensão plural dos desafios enfrentados pelas mulheres e pelas pessoas de gêneros e sexualidades dissidentes, como formas de discriminação e violência física e psicológica. Trata-se de tornar visível, promover e garantir a diversidade como um valor inestimável para as universidades e como componente indispensável de uma Educação Superior relevante e pertinente, capaz de cumprir com sua missão de formar cidadanias críticas e comprometidas com a justiça social. 

O trabalho deste eixo é liderado pelas consultoras: Juliana Cabeza, professora da Universidade de Lanús (Argentina) e membro da Rede Interuniversitária Latino-Americana e Caribenha sobre Deficiência e Direitos Humanos; Maribel Enaida Alegre Jara, professora da Universidade Nacional de Santa, Peru, e membro fundadora da Academia Peruana de Doutores; Myriam Moïse, Professora Associada de Inglês e Estudos de Gênero e Vice-Presidente de Relações Internacionais da Université des Antilles (Guadalupe e Martinica); e Sandra Goulart, professora da área de Estudos Literários da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais e Reitora da mesma instituição. 

DOCUMENTOS DO EIXO 9